quarta-feira, 18 de agosto de 2010

terça-feira, 17 de agosto de 2010

Para os bailarinos e as bailarinas do mundo

Um intervalo, um repouso, um alívio.

O que é bem desconfortável em ser doente mental não é ser doente mental.   Porque quando a gente recebe o diagnóstico médico, pronto, está selado seu destino: doente mental de tal ou qual patologia.

O que é bem desconfortável para mim, é ser maluca, louca, para além do diagnóstico.

Algumas pessoas, as que conseguem manter um comportamento mais adaptado, mais adequado,  se saem melhor na vida, com ou sem patologia.  Saudável ou não.  Tome medicação ou não.

Como trilha sonora a esta postagem eu poderia usar a música de Chico Buarque 'Até o fim' mas eu prefiro as músicas de 'O Grande Circo Místico', e vou postar, aí acima, para ficar longe dos senhores da guerra sanguinários, outra música.

Escrevi isso aqui para proteger as crianças.

Guerra ao Irã? Só mais uma, depois da outra e antes da próxima




A música do vídeo de uma das guerras (a do Iraque) é do Linkin Park, de Mike Shinoda e Chester Bennington.

                                  WHAT I'VE DONE
                                   O QUE EU FIZ


In this farewell
Nesta despedida

There's no blood
Não há sangue

There's no alibi
Não há alibi

'Cause I've drawn regret
Porque eu consegui elaborar o arrependimento

From the truth
Da verdade

Of a thousand lies
De mil mentiras

So let mercy come
Então, deixe a compaixão chegar

And wash away.
E limpar.



What I've done
O que eu fiz

I'll face myself
Eu vou ter que me encarar

To cross out what I've become
Para eliminar aquilo que eu me tornei

Erase myself
Apagar a mim mesmo

And let go of what I've done
E esquecer e deixar ir o que eu fiz.


Put to rest
Ponha para descansar  (versão livre,  porque eu não vou deixar esquecido)

What you thought of me
O que pensou de mim  (ainda penso, ainda penso...)

While I clean this slate
Enquanto eu limpo este registro,

With the hands
Com as mãos

Of uncertainty
Da incerteza 

So let the mercy come
Então, que a compaixão venha

And wash away
E lavar, limpar minha barra.



What I've done
O que eu fiz

I'll face myself   (sim, terão que encarar-se)
Vou me encarar

To cross out what I've become
Para eliminar o que eu me tornei  (tarefa que não foi até onde deveria)

Erase myself
Me apagar

And let go of what I've done
E esquecer o que eu fiz  (não, não vou deixar esquecido.  E acredito na justiça divina)

For what I've done
Pelo que eu fiz

I'll start again
Eu recomeçarei  (sim, recomeçaram)

And whatever thing may come
E, qualquer coisa que venha, aconteça o que acontecer

Today this ends
Hoje isso acaba.   (mentiu para si próprio)

And let go of what I've done.
E esquecer o que eu fiz   (existe uma instância mental chamada consciência, ela não perdoa)


For what I've done
Pelo que eu fiz

I'll start again   (sim, você sempre vai matar)
Eu recomeçarei

And whatever thing may come  (outra guerra, mais vidas estraçalhadas)
E qualquer coisa que venha, aconteça o que acontecer

Today this ends  (mentiu para si mesmo)
Hoje isso acaba.

I'm forgiving what I've done  (eu não, eu não)
Eu estou me perdoando pelo que fiz.


I'll face myself   (sim, sei que tem coragem e ainda gosta)
Eu vou me encarar

To cross out what I've become  (da justiça divina não vai fugir não)
Para eliminar o que eu me tornei

Erase myself  (não vai conseguir, não conseguiu)
Me apagar

And let go of what I've done  (a justiça tarda mas não falha)
E deixar ir o que eu fiz.


What I've done
O que eu fiz


Forgiving what I've done
Perdoando o que eu fiz.      (autocomplacente, a justiça divina.... lembre-se dela)









segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Eu resolvi retirar a música

Retirei a música e menção ao nome dela.

Acredito que aquela é uma das mais nojentas formas de se difundir a drogadicção.

Puxa vida!

Não dá para levar a sério DEMAIS as coisas na vida... acabo de descobrir que a música 'que estava aqui e eu sumi com ela' não é o que eu pensava, não é sobre as profundas águas do inconsciente em que estamos mergulhados quando nosso subconsciente não dá mais conta do recado, etc., etc.,... e aparece um amigo.

Existem duas interpretações, ou análises, do que estaria ocorrendo com a garota, na letra:

1 - um convite para uma viagem de heroína;

2 - uma brincadeira que o autor fez com a namorada que teria se desesperado ao encontrar fios de cabelos brancos.


Tanto uma quanto a outra me desencantaram do conteúdo da música da década de 1970.

Tanto uma quanto a outra me deslocaram daquele ponto dramático em que ficamos quando em profundo desconcerto e tristeza.  Consegui sair do buraco do meu umbigo, em que andava mergulhada.... meio zonza e inteira.

Caso não saiba, acho que drogas são uma droga (não posso usar um ótimo palavrão que conheço) e que cabelos brancos são fonte de orgulho de estarmos sobrevivendo, sobrevivendo a vida.

Caso alguém acredite que devo apagar, apago a música.

Talvez eu resolva apagar, daqui a pouco.  Resolvi e apaguei.

domingo, 15 de agosto de 2010

Paciência

de Lenine


Mesmo quando tudo pede um pouco mais de calma
Até quando o corpo pede um pouco mais de alma
A vida não para.

Enquanto o tempo acelera e pede pressa
Eu me recuso faço hora vou na valsa
A vida é tão rara.

Enquanto todo mundo espera a cura do mal
E a loucura finge que isso tudo é normal
Eu finjo ter paciência
O mundo vai girando cada vez mais veloz
A gente espera do mundo e o mundo espera de  nós
Um pouco mais de paciência.

Será que é o tempo que lhe falta pra perceber
Será que temos esse tempo pra perder
E quem quer saber ?
A vida é tão rara... tão rara.

Mesmo quando tudo pede um pouco mais de calma
Até quando o corpo pede um pouco mais de alma
Eu sei, a vida não para.... a vida não para não.

Será que é tempo que falta pra perceber
Será que temos esse tempo pra perder
E quem saber?
A vida é tão rara... tão rara.

Mesmo quando tudo pede um pouco mais de calma
Até quando o corpo pede um pouco mais de alma
Eu sei.
A vida é tão rara... a vida é tão rara.... a vida é tão rara...

Paciência, versão acústica

Em tudo que eu faço existe um porquê...

Bom domingo!

sábado, 14 de agosto de 2010

Sobre todas as coisas

O diálogo impossível com os quase 'idiots savants'

Infelizmente eu apaguei, entre outras postagens, o texto do artigo do Prof. Beluzzo sobre a formação de 'idiots savants' pela sociedade.

Também escrevo, com tristeza, que a sociedade brasileira sobrevive dos talentos desses 'quase idiots savants' .

Para quem não sabe, o 'idiot savant' era caracterizado assim, no começo do século XX, por ser um autista que, na maioria das vezes, tinha grande capacidade mnemônica, de memorização, além do comum. 

Quem assistiu ao filme 'Rain Man' sabe do que falo.

Hoje eu aderi um 'quase' à expressão para me referir àqueles que desenvolvem seu intelecto e raciocínio e se deixam desumanizar, se permitem desenvolver uma insensibilidade a tudo e todos que demonstram que não possuem essa deformidade.

Existe uma confusão muito grande entre insensibilidade, pudor das próprias emoções (geralmente as consideradas 'não boas') e a auto-proteção.

A obrigação da objetividade, de colocar em perspectiva objetiva as outras pessoas, põe os 'quase idiots savants' em risco, se sentem realmente ameaçados onde a ameaça é inexistente.

É triste ver pessoas de alto grau de desenvolvimento intelectual serem incapazes de lidar com a emoção, sentimento, afeto: "isso, é reservado e impróprio."  Vira tabu o que é humano.  Fica superdimensionada uma característica, em detrimento da livre expressão.

Já vou avisando para quem não sabe, para isso servem os psicólogos.

Psicólogo, não é 'bengala' ou 'apoio' para os 'pobres loucos'.  Psicólogo ajuda aqueles que têm o mínimo, uma microinsatisfação com si mesmos.  Psicólogo é o profissional que auxilia aqueles que reconhecem a verdade que existe nas emoções, sentimentos e afetos.

O que eu considero mais bonito nessa profissão é que nos guia no processo de conquista de nossa inteireza, de integrar, inclusive, aquilo que a gente considera 'não bom' em nós.

Os 'quase idiots savants' não se permitem tais coisas, é uma pena.

terça-feira, 10 de agosto de 2010

Eu, minha alma e minha consciência

                           MOI, MON ÂME ET MA CONSCIENCE

Letra: Moïra Montier-Dauriac e Belle du Berry
Música: Belle du Berry


Moi, mon âme et ma conscience, com Paris Combo, youtube.


Eu, minha alma e minha consciência
Discutem dia e noite, todos os problemas que nos cercam.
Mas quando minha consciência diz 'sim',
Minha alma diz 'não'.
Então discutem, sim, mas: e daí ?

Porque eu, eu estou cansada.
Meu eu me diz que está cansado
Meu eu, ele diz que está cansado
Para o meu eu a vida é um pesadelo.

Bem, eu, minha alma e minha consciência
Discutem noite e dia
Eu não sei quanto a vocês
Mas, todos os dias
Que eu trabalho meu cérebro
Minha alma parte, com um barulhento bater de asas.


Então, meu eu, ele está cansado
Meu eu me diz que ele está cansado
Dos problemas da consciência
Ele está cansado
Para meu eu a vida é um pesadelo.

Porque se o mundo é realmente como está
Na cabeça
Não é difícil de entender
Porque as coisas não se tornam mais fáceis.

Então eu, minha alma e minha consciência,
Discutem noite e dia
Mas, depois que minha alma foi embora,
Minha consciência está me evitando.
Mas meu eu, sempre fiel no combate
Continua a sussurrar baixinho:
"Aí está, eu estou cansado!"
Meu eu me diz que ele está cansado
Das ondas da alma
Ele está cansado,
Para ele a vida é um pesadelo.

Porque se o mundo parece
Com o que está na cabeça
Não é difícil de entender
Porque as coisas não se tornam mais fáceis.

Então, eu, minha alma e minha consciência,
Discutem noite e dia,
Sob um abajur (abat-jour) bonito
Nós unimos nossas forças, vivas,
E choramos com a mesma voz, ativa.

"Agora sim, estamos cansados.
Nós estamos dizendo a você: estamos cansados,
Com toda consciência, estamos cansados
De que nossa vida seja um pesadelo."




(traduzido do francês, com o auxílio do inestimável google translator)

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Conversar é uma forma de amar

A Doutora em Filosofia Marcia Tiburi, publicou em seu blog, o texto a seguir.



                     CONVERSAR É UMA FORMA DE AMAR



O diálogo foi uma das questões mais importantes no surgimento da filosofia.  Serviu de modelo teórico de uma ação prática.  Platão, na antiguidade clássica, usou-o como estilo para mostrar que a filosofia dependia da conversação.  Ele queria mostrar que ela não era uma teoria isolada das relações humanas.  Que nascia da diferença do pensamento de cada um que entrava em contato com o pensamento do outro.  Chegou a dizer que o pensamento era o diálogo da alma consigo mesma num sentido muito próximo do "falar com os próprios botões" que conhecemos tão bem.
 Pensar era uma questão de linguagem.  O pensamento precisava das palavras, da gramática, da língua, do imaginário, do mito, para se expressar e, por isso, o cuidado com a escolha e uso de todos estes elementos era tão essencial.

Da conversação é que surgem todas as nossas relações sociais: desde a família até as decisões políticas, passando pela amizade e pelo amor.  É porque não sabemos que a arte da conversa é muito mais do que a mera persuasão, que convencimento ou sedução, que perdemos de vista sau função ética.  Conversar serve para criar laços sinceros reais.  Com ele se funda o que chamamos sociedade cujo laço essencial é o amor, segundo Humberto Maturana, importante biólogo e filósofo chileno da atualidade.


Ninguém conversa mais


Desaprendemos de conversar por alguns motivos. Um deles é o descaso que temos com as palavras.  Nem nos preocupamos em conhecê-las, não avaliamos a história da humanidade que nelas se guarda.  Não imaginamos que palavras tão comuns quanto liberdade, memória, história, pensamento, prática, e tantas outras possuem uma vasta história.  E não se trata apenas de etimologia, da origem dos nomes, mas da função simbólica, do que está guardado nas palavras como sentido que vai além delas e mostra o mundo humano dos afetos, sentimentos, desejos, projetos.  Não apenas os poetas e escritores devem cuidar das palavras, mas todos os humanos.


Conversar é perigoso, dizem os donos do poder


A má política, aquela qeu se separou da ética, sempre soube o quão perigoso para si mesma era a conversação.  Nos campos de concentração da Alemanha nazista era comum a separação de prisioneiros de mesma língua e o convívio de prisioneiros de nacionalidades diferentes.   Podemos chamar "violência simbólica", segundo a expressão do sociólogo do século XX Pierre Bourdieu, a este gesto de impedir o contato pela palavra.  Sabiam os nazistas que este era um procedimento de tortura mental e também de proteção do regime.  Sabiam que a conversa sempre aproxima os seres humanos por criar afetos e, deles, pode surgir algum projeto que modifique alguma coisa que alguém desejava ver sempre igual.   A conversação cria cumplicidade.   Por isso, todas as instituições autoritárias proíbem a conversação.

Mas o problema maior em nossa sociedade atual é o fato de que incorporamos a proibição da conversa.  Introjetamos o medo do contato.  Não sabemos mais conversar, perdemos o estímulo quando caímos em depressão ou morremos de medo quando somos tímidos.   A frase de Sartre "o inferno são os outros" muitas vezes pode nos socorrer diante do pavor do contato e da relação mais íntima com quem poderia vir a ser um amigo.

Quantas vezes parecemos conversar, mas isso não ocorre.  Conversações estranhas, porque sem diálogo, aparecem quando numa festa, num encontro casual, ou na escola, no trabalho, ou mesmo em casa, contamos sobre um filme que vimos.  A pessoa a  quem nos dirigimos, quem deveria conversar sobre o que lhe dizemos, recorre imediatamente a outro filme que ela viu ou diz não gostar de cinema.  Fazemos isso e assim nem conversamos sobre o filme assistido por quem narra o fato, nem o visto por quem o ouve.  Perdemos a capacidade de prestar atenção no que foi dito.  A capacidade de escutar está em extinção.  Se usarmos outro exemplo perceberemos o fenômeno de modo ainda mais claro: quando alguém fala de seus problemas, o outro, aquele deveria ouvir, sempre comparece com seus exemplos interrompendo a atenção necessária à exposição do primeiro, quando não chega a dizer "não quero ouvir, pois isso não me acrescentará nada", como se conversar - o que fazemos de mais humano - fosse uma troca mercantil de lucros e ganhos.  Ou ainda, interrompe com um "eu sei" prepotente, inviabilizando toda descoberta.  Em outras palavras, nos tornamos - em graus variados - incomunicáveis.  Em tempos de comunicação de massas, numa sociedade estimulada pela mídia que nem sempre cumpre com seu papel de comunicar, esta se tornou uma questão essencial.


O que teremos a dizer no futuro ?


Walter Benjamin disse que a incapacidade de narrar experiências comunicáveis resulta das experiências negativas que sofremos.  Um soldado que vai a guerra é o seu exemplo, mas podemos usar nossos mais próximos: aquele que vive na rua, sem lar, o que vive na miséria material qualquer que seja, aquele que se sente só num asilo, num orfanato, num hospital.  Que criança será capaz de sobreviver em sua intimidade se nenhuma linguagem será capaz de expressar o sofrimento que ela viveu na pele perambulando pelos faróis e, do outro lado, não havendo ninguém que possa ouvi-la?  Que poderá ela nos dizer se chegar a ser adulta ?  Não temos o que dizer aos descendentes de escravos, aos aviltados históricos deste país ?

O que temos nós, de fato, a dizer e a ouvir desta criança nas ruas ?  Elie Wiesel, autor de A Noite, quando criança assistiu à morte por enforcamento de um menino num campo de concentração.  A condenação fora a condenação do futuro e da humanidade.  Mas ainda podemos corrigir os erros.  Melhor começar conversando direito, descobrindo o que temos a dizer e ouvir.


blog de Marcia Tiburi

sábado, 7 de agosto de 2010

dúvida.

Desde ontem eu estou com uma dúvida.  Não uma grande dúvida, não uma média, uma pequena dúvida.

Ao passar por um desses blogs da direita hidrófoba, eu topei com a seguinte frase:

"O Brasil recorre à ONU para que os países que infligem direitos humanos não sofram sanções muito severas...."

Se entendi direito:

O Governo Federal está pedindo à ONU que os Direitos Humanos (1948) sejam respeitados e que os países que adotam essa mesma política não sofram com penas muito duras.

??????????????????????????????????????????????????????????

Não, não acredito que tenhamos chegado ao ponto em que a ONU esteja castigando os países que respeitam a Declaração Universal dos Direitos Humanos, adotada e proclamada pela Assembléia Geral em dezembro de 1948.

A afirmativa acima, vinda de onde vem, expressa mais um desejo do autor do texto, no blog.

A Declaração dos Direitos Humanos dever ser, para ele, uma das maiores violências aos seus ideias excludentes e xenófobos (ele é curto de inteligência,  não descobriu que latinos não são respeitados pelos estadunidenses, nem como serviçais - vide Fujimori, Noriega, e todos os destruídos depois de usados, menores).

O segundo parágrafo do Preâmbulo da Declaração, diz o seguinte:

"Considerando que o desprezo e o desrespeito pelos direitos humanos resultaram em atos bárbaros que ultrajaram a consciência da Humanidade e que o advento de um mundo em que os homens gozem de liberdade de palavra, de crença e da liberdade de viverem a salvo do temor e da necessidade foi proclamado como a mais alta aspiração do homem comum,...."

O redator do blog já manifestou de variadas formas o seu barbarismo, a favor da censura a toda e qualquer liberdade conquistada nos últimos sessenta e dois anos, principalmente no Brasil, já demonstrou ser a favor da implementação de um clima de medo e a favor da cultura da miséria para os que não são da sua classe zoológica.

Sim, acho que o desejo de que o meu, o seu, o nosso, país deixe de lutar pelo aprofundamento dos princípios básicos da Declaração é forte o suficiente nesses seres para que afirmem tais coisas.  O desejo desses seres é tão forte que nem se preocupam em disfarçar o que poderia passar como simples escorregão de digitação.  Deixa de ser lapso (freudiano) e vira atentado à democracia.

Acho que um veterinário deveria dar uma olhada e verificar se vale a pena salvar aquela vida tão doente.  Essa é a minha dúvida.

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Sou Paulista, mas não sou fascista !

Assim começa o comentário feito por Adilson, hoje, no blog Tijolaço.com, do Deputado Brizola Neto.

Apesar de dirigido a um grupelho de garotos mimados que se acreditam superiores a toda a outra parte da humanidade, acredito que sirva muito bem para esclarecer a real situação histórico-econômica do Estado de São Paulo. 

Reproduzo abaixo o texto altamente esclarecedor e que demonstra que não existe justificativa para a arrogância paulista.  Junto-me a ele e digo: sou Paulista, mas não sou fascista!

artigo Ovo da Serpente, com comentários, no tijolaço.com


Adilson:

" Sou Paulista, mas não sou fascista!

Esta corja de neo-fascistóides, caso não tivessem fugido do Mobral em tenra idade, saberiam que o desenvolvimento do estado e, principalmente da cidade de São Paulo, deve-se única e exclusivamente ao Período conhecido como República Velha, onde os Baronetes do Café açambarcaram o poder federal, após o golpe militar que derrubou a Monarquia.

Lembro-me que até 1879, ou seja, a 130 anos atrás, a cidade de São Paulo possuía inacreditáveis 15.000 habitantes e em alguns mapas nem mesmo aparecia, pois era apenas uma parada provisória para tropeiros que vinham de Sorocaba ou retornavam para lá, em direção ao Vale do Paraíba ou Santos, cidades MUITO mais importantes.

Os governantes da Velha Oligarquia cafeeira que tomaramo pder a partir de 1889, ou mais precisamente desde o governo Prudente de Morais, ENDIVIDARAM TODO O PAÍS, PARA DESENVOLVER SUAS PROPRIEDADES E FACILITAREM A SUA PRODUÇÃO CAFEEIRA, através de empréstimos triliardários junto aos Rothschild's, Lloyds e demais banqueiros ingleses a juros absolutamente escorchantes e pasmem, A GARANTIA DO PAGAMENTO ERAM AS ALFÂNDEGAS DE TODO O BRASIL.

Em resumo, a patranha era a seguinte: os Oligarcas presidentes da República Velha, construíram estradas de ferro, silos, armazéns e demais benfeitorias (TUDO EM SÃO PAULO) com dinheiro emprestado no exterior e mandaram a conta para todo o Brasil pagar.

Entre 1894 e 1930, foram roubados um total de aproximadamente 45 milhões de Libras Ouro (+ - USD 800 BILHÕES) emprestados juntos aos Banqueiros ingleses e americanos e deste total 94% FORAM DESTINADOS PARA S. PAULO.

O único estado ou cidade que abocanhou alguma migalha significativa deste montante foi a antiga capital federal, a cidade do Rio de Janeiro, quando da administração Pereira Passos (1902 - 1906), na polêmica reestruturação da cidade denominada "Bota Abaixo", que apesar de toda a truculência praticada, saneou o Rio de Janeiro da varíola e da febre amarela, além de ter modernizado a cidade.

Para se ter uma ideia do descalabro do desvio de verbas de TODO O BRASIL PARA DESENVOLVER S. PAULO E OS BARÕES DO CAFÉ, estudem o chamado "Convênio de Taubaté", de 1906, considerado a Mãe de Todas as Maracutaias.

Como no início do século XX, a cotação internacional do café estava caindo vertiginosamente, provocada pela superprodução brasileira, a Oligarquia Paulista que detinha o poder, resolveu que iria manter ARTIFICIALMENTE OS PREÇOS NUM PATAMAR MUITO SUPERIOR AO INTERNACIONAL, para que os pobres Barões do Café não fossem prejudicados e nem fossem obrigados a se adequar ao deus mercado (Oferta e Procura e etc.).

Então tiveram uma ideia luminosa, ou seja, iriam fazer com que a diferença entre o preço da saca internacional (menor) fosse bancada POR TODA A POPULAÇÃO DO BRASIL.

Por este sacrossanto convênio, o governo federal se comprometia em comprar a saca do café a um preço muito superior à cotação internacional dos oligarcas, para posteriormente revendê-lo ao mercado mundial com prejuízos bilionários.  Como o erário público não possuía recursos para isto, os Varões de Plutarco Paulistas da República Velha contraíram um empréstimo junto a banqueiros ingleses no valor de 2 MILHÕES DE LIBRAS OURO (coisa pouca, algo em torno de 35 bilhões de Dólares nos dias atuais), para safarem sua onça.

Perguntinha: Quem pagou este empréstimo ?

Resposta: TODO O BRASIL, POIS AS ALFANDÊGAS DO RIO A MANAUS FORAM FIADORAS, OU SEJA, TODA A MERCADORIA QUE PASSASSE NESTES PORTOS (DEZENAS), TERIAM UMA TAXAÇÃO EXTRA PARA HONRAR O PAGAMENTO.

Desculpe-me por me estender, mas o que gostaria de demonstrar é que: o propalado desenvolvimentismo dos paulistas ou de sua elite, o lendário arrojo dos quatrocentões de S. Paulo é uma grossa mentira, pois a cidade de S. Paulo foi fundada em 1554, e após 325 anos (ano 1879) sua capital possuía minguados 15.000 habitantes, 1 hotel e nenhum banco, além de em muitos mapas nem mesmo ser mencionada.

Após a tomada do poder pela Oligarquia Paulista a partir de 1889 ou mais precisamente desde 1894, S. Paulo misteriosamente iniciou seu desenvolvimento espetacular, ao mesmo tempo que o restante do País empobrecia de forma mais espetacular ainda.

Se tornar desenvolvido economicamente graças a empréstimos biliardários que foram pagos por outros com sacrifícios inenarráveis é muito fácil e não representa mérito algum, muito pelo contrário, representa um parasitismo patológico histórico que precisa ser reparado.

Se durante 36 anso Todo o Dinheiro da Nação fosse enviado para o Amapá, e fossem tomados empréstimos de centenas de bilhões de dólares junto a bancos internacionais e estes recursos fossem enviados quase unicamente para este estado, em muito pouco tempo ele se tornaria desenvolvido, uma grande potência, e, então, os habitantes amapaenses diriam que "Nosso Arrojo construiu nosso desenvolvimento".

Elite Paulista e seus coliformes agregados, um conselho carinhoso: "DEVOLVAM O QUE VOCÊS ROUBARAM DO BRASIL !!" 


o grifo é meu.

Agora, a versão completa.

Maria Bethânia apresentou seu trabalho de edição de textos, poesias e músicas de diversos autores, na Casa Fernando Pessoa em 21 de julho. 

Abaixo estão as seis partes que formam esta sua obra, onde, como coautora, apresenta de uma forma toda sua, o Brasil, o Brasil bethânico.

primeira parte

segunda parte

terceira parte

quarta parte

quinta parte

última parte

terça-feira, 3 de agosto de 2010

" O silêncio cresce como um câncer..."

Acordada - na insônia - estou envolvida no silêncio absurdo da madrugada.  Meu corpo quer me enganar, ao criar um pequeno zumbido, que ouço.  Irritante.

Essa companhia irritante é a única.  Quando o indesejado invade, não se tem muito a fazer, a não ser aceitar sem acolher.

Por isso, para evitar essa invasão da indesejada irritação do zumbido e não ouvi-lo, escuto música.

Escuto como se fosse um diálogo, impossível de acontecer. 

A de agora a pouco foi 'Sound of Silence' de Simon e Garfunkel, que ficaram, durante muito tempo, tempo demais para eles, como os falantes por toda uma multidão, por toda uma geração.

"  - Ouçam as palavras que eu posso lhes ensinar,
  Tomem meus braços que eu posso lhes estender.

  Mas minhas palavras
  Como silenciosas gotas de chuva caíram
  E ecoaram no poço do silêncio."

E eles tinham o que falar, suas palavras eram acolhidas com reverência!  Imaginem o que acontece conosco, comigo, mortal comum.



'Sond of Silence" com legendas em português

domingo, 1 de agosto de 2010

CHEEEGAAAAAAAAAA !!!!!!!!!!!!!!

                        SAÚDE


Rita Lee



Me cansei de lero-lero
Dá licença mas eu vou sair do sério
Quero mais SAÚDE
Me cansei de escutar opiniões
De como ter um mundo melhor
Mas ninguém sai de cima
Nesse chove-não-molha
Só sei que agora
Eu vou é cuidar mais de mim!


Como vai, tudo bem
Apesar, contudo, todavia, mas, porém
As águas vão rolar
Se por acaso eu morrer do coração
É sinal de que amei demais
Mas enquanto estou viva
Cheia de graça
Talvez inda faça
Um monte de gente feliz !




Para quem quiser SAÚDE, com Rita Lee

quinta-feira, 29 de julho de 2010

DIREITO À INDIGNAÇÃO E A RECUSA DO VOTO

Hoje, como na maioria dos dias, eu fui limpar minha alma em um blog, fui realimentar minha convicção de que se pode fazer política de forma transparente e com espírito público.  Falo do blog do Deputado Brizola Neto, o tijolaço.com.

Ontem à noite foi postado um artigo que falava de uma candidata a merendeira, em um concurso público, que teve recusada a possibilidade de fazer a prova prática por não ter cumprido as exigências de indumentária.  O que seria isso?   O sapato fechado e de salto baixo (como o exigido) já havia passado do ponto de ser substituido, está roto, acabado.

A merendeira entrou com ação na Justiça e o advogado da empresa responsável pela seleção reafirmou o absurdo de ela não ter cumprido o quesito indumentária.

Felizmente, não sou moradora da cidade do interior de São Paulo, paupérrima, com dirigentes de mentalidade idem.  Se eu tivesse tido essa infelicidade, divulgaria o acontecido.


página com a denúncia no Tijolaço.com

terça-feira, 27 de julho de 2010

O novo Código de Processo Civil pode destruir a memória

A Associação Nacional de História - ANPUH está coletando assinaturas para encaminhar sua própria emenda ao artigo 967 do Projeto de Lei nº. 166, que propõe o novo Código de Processo Civil.  O artigo, como está redigido atualmente, permite a destruição dos autos findos e arquivados, após cinco anos.  A seguir, os documentos da Associação:

                          UM ATENTADO À MEMÓRIA DO PAÍS

A ANPUH - Associação Nacional de História vem tornar público seu rechaço ao artigo 967 do Projeto de Lei nº. 166 que institui o novo Código do Processo Civil (Projeto de Lei nº. 166), que foi apresentado em 8 de junho de 2010.  Em total desrespeito ao direito de preservação da memória e das regras arquivísticas mais elementares, este artigo do projeto vem reforçar e dar margem a procedimentos que permitem apagar o passado.  O texto restaura, na íntegra, o artigo 1.215 do atual Código do Processo Civil, promulgado em 1973, que autorizava a eliminação completa dos autos findos e arquivados há mais de cinco anos, "por incineração, destruição mecânica ou por outro meio adequado".  Em 1975, depois de ampla mobilização da comunidade nacional e internacional de historiadores e arquivistas, a vigência desse artigo foi suspensa pela Lei 6.246.  Aprovada a atual proposta, estão novamente em risco milhares de processos  cíveis: um prejuízo incalculável para a história do país, que já arca com perdas graves na área da Justiça do Trabalho, uma vez que a Lei 7.627, de 1987 (com o mesmo texto do artigo 967), tem autorizado a destruição de milhares de processos trabalhistas arquivados há mais de cinco anos.  Além de grave agressão à História, a proposta também fere direitos constitucionais de acesso à informação e de produção de prova jurídica.  Apelamos ao Presidente desta casa e aos senhores senadores para que não cometam mais esta agressão contra a história do país.  Não é possível escrever a História sem documentação e esta não pode continuar sendo concebida pelo Estado brasileiro e por nossos representantes no Congresso Nacional como um estorvo, como um lixo para o qual se devem definir mecanismos de destruição periódica.  Toda documentação tem valor histórico, todo documento interessa ao historiador, a concepção de que existem documentos que são em si mesmo interessantes para a história e outros não é, há muito tempo, uma visão ultrapassada em nossa área de atuação.  Não podemos aceitar que fique a cargo de um juiz, que não tem formação na área de arquivística ou da historiografia, definir se um documento merece ser arquivado ou não, tem valor histórico ou não.  Conclamamos a todas as instituições que se interessam pela defesa da memória do país que façam coro a este nosso protesto, para que este artigo possa ser retirado do corpo do projeto do novo Código de Processo Civil.

                                                  assinatura

                             Durval Muniz de Albuquerque Júnior
                                (Presidente da ANPUH-Nacional)

Eis o texto do projeto de lei que está tramitando no Senado

Art. 967.  Os autos poderão ser eliminados por incineração, destruição mecânica ou por outro meio adequado, findo o prazo de cinco anos, contado da data do arquivamento, publicando-se previamente no órgão oficial e em jornal local, onde houver, aviso aos interessados, com o prazo de um mês.

§ 1º. As partes e os interessados podem requerer, às suas expensas, o desentranhamento dos documentos que juntaram aos autos ou cópia total ou parcial do feito.

§ 2º. Se, a juízo da autoridade competente, houver nos autos documentos de valor histórico, serão estes recolhidos ao arquivo público.




Página com os documentos na ANPUH

segunda-feira, 26 de julho de 2010

A esquizofrenia em mim

Eu estou saindo da vivência de sinais precursores de um surto.  Isto quer dizer que, novamente, a realidade foi sentida como persecutória, cruel, violenta, então, correspondi ao que vivia.  Se houve, ou não, fatos que detonaram minha visão paranóide, pouco importa (sim, houve).  Importante, para mim, é que tenho que me privar de atividades de que gosto, mas são estressantes; tenho que evitar pessoas; tenho que refazer relacionamentos, tenho que refazer laços, tenho que me refazer.  Para alguns, isso não deveria ser anunciado em um blog, isso é problema privado, no entanto, eu uso este blog como registro e acredito ser útil desenhar o caminho do eu louca para o eu esquizofrênica - quando entra o discurso médico alopata.

                ESQUIZOFRENIA: Histórico e conceito

Os loucos, até onde se sabe, sempre existimos.  A princípio, tolerados, depois, com a urbanização e o processo civilizatório em andamento, começamos a chamar a atenção e nos tornar denúncia do Logos.  Nós fomos rotulados de irracionais, portanto, não-humanos.  Na sociedade ocidental e branca, viramos empecilho e estorvo.  Na Europa, um navio foi abarrotado de loucos e degenerados de toda a espécie para que algum porto os aceitasse.  Nenhum aceitou.

Até o século XIX, para afastar os loucos dos olhos frágeis dos humanos, eram presos e acorrentados.  Nesse tipo de prisão, ajudavam a ganhar o próprio sustento, quando era aberta à visitação, com ingressos pagos.

A transformação, a passagem, da loucura para a doença mental teve um momento importante, quando a França, com sua Revolução Iluminista, começou a repensar a condição dos loucos (então chamados dementes), com as importantes figuras de Philippe Pinel (1745-1826) e do seu assistente Jean Baptiste Pussin (1746-1811), que fizeram sua pequena revolução no Bicêtre.  Quando as bases da repressão aos 'loucos furiosos' foram tornadas em auto-governo das paixões, era o Tratamento Moral que surgia.  Pinel, ficou famoso por ter eliminado o uso de correntes para a contenção.

A partir de então, o tipo de loucura a que pertenço foi sendo estudada com  o rigor sistematizador da nosologia psiquiátrica.

O próprio Pinel estudou casos que denominou de 'idiotia adquirida'.

Jean-Étienne-Dominique Esquirol (1772-1840), em 1838, se referiu a quadros demenciais que aconteciam antes dos 25 anos de idade.

Benédict Augustin Morel (1809-1873), entre 1851 e 1853, empregou, pela primeira vez, a expressão 'demência precoce' que descreveu através de um caso estudado, de um menino de 14 anos.  A descrição do quadro: "decadência cerebral da segunda década, desde o acesso agudo, sobrevindo com aparente benignidade até a fase final de dissolução psíquica, passando pela etapa intermediária de torpor e agitação".  Considerou a 'demência precoce' como afecção de natureza constitucional, que desembocava irremediavelmente na idiotia.

Emil Kraepelin (1856-1926), devemos a ele o conceito de 'dementia praecox', a que deu unidade e extensão particulares, ao agrupar quatro tipos clínicos principais: a 'catatonia' (descrita por Kahlbaum entre 1863 e 1874); a 'hebefrenia' (descrita por Hecker em 1871), 'simples'  e a 'paranóide'   Este último tipo clínico, limitou o vasto conceito de 'paranóia' a um sistema delirante restrito "durável e impossível de quebrar, que se instaura com conservação completa da clareza e a ordem no pensamento, na vontade e na ação".

Eugen Bleuler (1857-1939), em 1911, rebatizou a 'dementia praecox' de esquizofrenia (etimologicamente "mente fendida"), porque:"na esquizofrenia não há propriamente demência no sentido clássico, nem a aparição da moléstia é fatalmente precoce, como também não o é a sua evolução para a demência terminal".  Eu acredito que o ponto fundamental no reconhecimento de um esquizofrênico está "na dissociação entre as tendências instintivas e as atividades intelectuais", como Bleuler afirmou em 1930.

A partir de então, foram feitas as críticas necessárias e foram apurados as observações e conceitos.  Abriram-se dois caminhos:

1 - O que busca o substrato orgânico e hereditário para a esquizofrenia, que resultou, hoje, para nós outros, os pacientes, nos famosos medicamentos psicotrópicos (dá um remedinho que sara...).

2 - O que aceita a base desencadeante fisiógena que provoca reações da personalidade ao processo mórbido, deu margem `as teorias psicodinâmicas.

Com a crítica feita pela antipsiquiatria de que a sociedade gera tanto os esquizofrênicos quanto os psiquiatras, foi formado um tripé, em que se baseia a atual forma de intervenção no tratamento da esquizofrenia, o psicobiosocial.

Estas três formas de abordagem e tratamento têm seus especialistas e seus instrumentos de intervenção no curso da doença.  Se, antes, a doença era catastrófica, hoje já se pode falar em transtorno de que seríamos portadores.

Os mais jovens e/ou mais fortes conseguem se movimentar no mundo com certo, mas limitado, conforto.  Não é o meu caso.  Eu sou da geração que tem consciência de que não trabalha, que existe para dar trabalho.  Isso me incomoda e me impede de ter projetos e sonhos, sou vida em estado puro, sustentada pela sociedade.  Espero, algum dia, poder contribuir de alguma forma com ela.


Fontes:

Shirakawa, Itiro: O Ajustamento Social na Esquizofrenia, Ed. Lemos, 1992.

Postel, Jacques e Quétel, Claude: Historia de la Psiquiatria, Fondo de Cultura Económica, México, 1993

domingo, 25 de julho de 2010

Maria Bethânia e o Nordeste

O vídeo está acima como primeira parte da apresentação do trabalho na Casa Fernando Pessoa.

Maria Bethânia e o Nordeste

O vídeo está acima, como segunda parte da apresentação do trabalho na Casa Fernando Pessoa.

sábado, 24 de julho de 2010

work in progress

                           Humildade

Senhor, fazei com que eu aceite
minha pobreza tal como sempre foi.

Que não sinta o que não tenho
Não lamente o que podia ter
e se perdeu por caminhos errados
e nunca mais voltou.

Dai, Senhor, que minha humildade
seja como a chuva desejada
caindo mansa,
longa noite escura,
numa terra sedenta
e num telhado velho.

Que eu possa agradecer a Vós,
minha cama estreita,
minhas coisinhas pobres,
minha casa de chão,
pedras e tábuas remontadas.
E ter sempre um feixe de lenha
debaixo do meu fogão de taipa,
e acender, eu mesma,
o fogo alegre da minha casa
na manhã de um novo dia que começa.

Das doces mãos de Cora Coralina.

quarta-feira, 21 de julho de 2010

Um VIVA! à masculinidade

A minha proposta inicial, com este blog, era me colocar como documento dos vários momentos que a sociedade atravessava e atravessa, era refletir, dentro das minhas características pessoais, o reflexo da sociedade em mim. 

É minha forma, pouco letrada, do autoral, sou rudimentar mas só me lê quem quiser.

Sem entrar nos detalhes afetivo-sexuais de minha vida particular, vou tentar explicar o que se passa agora, neste momento, comigo, e que eu chamo de crítica ao feminismo.

Como muitas paulistanas, eu fui educada, treinada, amestrada, para o trabalho remunerado e digno fora de casa.  Por ter sido criada por uma dona de casa, que viveu em um tempo de crítica feroz ao seu trabalho, o desastre se deu, aconteceu. 

Eu faço parte da geração que não entende se existem, ou não, papéis, de gênero, que possam ser assumidos.  Somos categóricas em afirmar nossa capacidade intelectual de produzir qualquer coisa, em qualquer tempo, em qualquer lugar, quando nos der vontade.

Eu faço parte da geração que se perdeu de si mesma em nome de alguma coisa nebulosa chamada auto-afirmação feminina, como adolescentes que se libertam dos pais.

Nestes dias de guerra eleitoral, tenho observado o comportamento quase caricatural das pessoas, nos vários incidentes surgidos durante a campanha e descobri, aliviada, por um lado, o porquê da predominância masculina em nossa sociedade.

Não é machista, é masculina, as feministas rudimentares estão negando aos homens o direito de serem masculinos, através de um jogo cruel de palavras e torneios de racionalidades.  Estamos criando homens emasculados, que têm que reagir, sim, a essa tentativa.

Não é porque aceitamos ser jogadas no mundo desprotegidas e assumimos o desafio de dar a cara para o tapa da mão pesada, que deixamos de ser mulheres mulheres e que existem, sim, homens homens (aqueles que ainda podem respeitar mulheres).

Da mesma forma que descubro, aos cinquenta anos, que não só posso, como devo, recuar diante de determinadas situações em que os homens se saem melhor do que eu, acredito que devo fazer este alerta: cuidado mulheres, com seus filhos homens.  Eles não são bonecos rústicos que devam ser moldados a força de martelo para ficarem sensíveis!


Essa mulher, com Elis Regina

Essa mulher, com Maria Rita

terça-feira, 20 de julho de 2010

Oswaldo Montenegro

INTUIÇÃO

Canto uma canção bonita,
Falando da vida, em ré maior.
Canto uma canção daquela
de filosofia,
do mundo bem melhor.

Canto uma canção que aguente
essa paulada, e a gente...
bate o pé no chão.
Canto uma canção daquela
pula da janela....
bate o pé no chão.

Sem compromisso estreito
de falar perfeito
coerente ou não.
Sem o verso estilizado,
o verso emocionado...
bate o pé no chão.

Canto uma canção bonita
falando da vida em ré maior.
Canto uma canção daquelas
de filosofia,
e mundo bem melhor.

Canto uma canção que aguente
essa paulada, e a gente...
bate o pé no chão.
Canto uma canção daquela
pula da janela...
bate o pé no chão.

Sem o compromisso estreito
de falar perfeito,
coerente ou não.
Sem o verso estilizado,
o verso emocionado...
bate o pé no chão.

Canto o que não silencia
é onde principia a intuição
e nasce uma canção rimada
da voz arrancada
ao nosso coração.

Como sem licença, o sol
rompe a barra da noite
sem pedir perdão!
Hoje quem não cantaria
grita a poesia...
e bate o pé no chão!

E hoje quem não cantaria
grita a poesia...
e bate o pé no chão!

Sem o compromisso estreito
de falar perfeito...
bate o pé no chão
sem o verso estilizado
o verso emocionado...
bate o pé no chão.


Intuição de Oswaldo Montenegro

segunda-feira, 19 de julho de 2010

essa discussão ainda chega aqui.

Não acompanhei o debate argentino sobre a instituição do casamento universal. 

Quem já conheceu de perto e observou o jeito argentino de ser, poderia prever que o debate não foi nem simplório, raso, e, nem fácil a decisão por, finalmente, se aceitar mais uma forma de se relacionar.  Como foi dito em algum lugar: o casamento civil é direito de quem queira casar.

A sociedade se mobilizou na discussão do que significa e implicaria a aceitação do estado de casais homossexuais, veio à tona uma variada gama de argumentos pró e contra, e muitos, muitos fantasmas.

Abaixo, o link do relato de um interessado na discussão, nada isento, que mostra um pouco, para nós, o que houve por lá.


http://linkillo.blogspot.com/2010/07/informe-para-una-academia-congreso-de.html

domingo, 18 de julho de 2010

a força liberadora do palavrão

É estranho como o machismo existente é tão entranhado que, mesmo que tentemos nos livrar dele, é uma expressão agressiva e violenta para as mulheres, para o ato do gestar e parir, que nos vem à mente ao querermos ofender alguém.

A expressão sugere que a mãe educou um canalha, mas, para lembrá-lo disso, xingamos a mãe.

Felizmente esses clichês e expressões prontinhas são úteis até para nos servir de guia, para podermos simular o comportamento que supostamente teria assumido a mãe do canalha. 

Mas um canalha, cafajeste, sabe que é um proxeneta, também.

Ser limitado à convivência com o masculino, reproduz sua mentalidade misógina, são aqueles homens que transam com mulheres mas não gostam de mulheres.  São aqueles que se perguntam: ' afinal, o que querem as mulheres?'

Ficam na pergunta, paralisados pela sem vontade.  Preguiçosos.

Recorrem à violência para recusar o totalmente outro, o que não é o mesmo, o que lhes lança no mar incógnito.

Ligados aos rapapés, formalidades e sinais exteriores que lhe facilitem a etiqueta a ser posta no ser que não é o si mesmo clonado, são pobres, só têm duas.  Ou é a da santa mãezinha que desqualificam com seu comportamento ou é aquela que foi feita para ser usada e não tem, sequer, cérebro e voz.

Nestas horas gostaria de ser psicanalista e ter o repertório adequado, entretanto, eu acredito que quando a gente se liberta, a gente é livre, não importa se não lhe reconhecem esse status.  A gente é livre e ponto, simples assim.

sábado, 17 de julho de 2010

desonestidade intelectual e cultural

Acabo de sair de uma experiencia dolorida.  Foi a descoberta de que uma pessoa que se manifesta como democrata e não é democrata, que gostaria de ser criativa e aparentava ser criativa não o é, que se autoproclama intelectual não o é, que tem por obrigação cumprir princípios éticos básicos não hesitou em usar minha sensibilidade pessoal para tentar me calar, não antes de ter se aproveitado de ideias minhas.

Já tinha ouvido falar das limitações pessoais e emocionais de quem se dedica a um trabalho exaustivo de reflexão, eu nunca havia topado com uma dessas pessoas que amputaram sua sensibilidade para mimetizar um trabalho. 

Antes de descobrir que sou menos medíocre do que eu acreditava, eu destruí os textos anteriores. 

Eu, durante a madrugada do dia 15, fui em editar postagens e apaguei, uma a uma, incluindo os poucos comentários.  Eu vivia, naquela hora, uma das minhas mais profundas crises de identidade, provocada por um fake.  Não um fake orkutiano, mas um fake na vida.

Antes de descobrir que eu havia estourado uma bolha presunçosa, destruí meu trabalho.

Como em todas cirurgias primitivas, ficaram cicatrizes.

Para aqueles que detestam a mim por terem uma visão equivocada de humanidade, de talento e de si mesmos, uma prova de sua inconsequencia e irresponsabilidade.  Que ela arda em sua consciência.

quinta-feira, 15 de julho de 2010

domingo, 11 de julho de 2010

sexta-feira, 9 de julho de 2010

quarta-feira, 7 de julho de 2010

sexta-feira, 2 de julho de 2010

segunda-feira, 28 de junho de 2010

domingo, 27 de junho de 2010

sexta-feira, 25 de junho de 2010

quinta-feira, 24 de junho de 2010

quarta-feira, 23 de junho de 2010

sábado, 19 de junho de 2010

sexta-feira, 11 de junho de 2010

quinta-feira, 22 de abril de 2010

quarta-feira, 21 de abril de 2010

segunda-feira, 19 de abril de 2010

sábado, 17 de abril de 2010

sexta-feira, 16 de abril de 2010

quinta-feira, 15 de abril de 2010

quarta-feira, 14 de abril de 2010

terça-feira, 13 de abril de 2010

quinta-feira, 8 de abril de 2010

terça-feira, 6 de abril de 2010

segunda-feira, 5 de abril de 2010

domingo, 4 de abril de 2010

sexta-feira, 2 de abril de 2010

quarta-feira, 31 de março de 2010

terça-feira, 30 de março de 2010

domingo, 28 de março de 2010

sábado, 27 de março de 2010

sexta-feira, 26 de março de 2010

terça-feira, 23 de março de 2010

segunda-feira, 22 de março de 2010

domingo, 21 de março de 2010

sexta-feira, 19 de março de 2010

quinta-feira, 18 de março de 2010

quarta-feira, 17 de março de 2010

terça-feira, 16 de março de 2010

segunda-feira, 15 de março de 2010