sábado, 14 de agosto de 2010

O diálogo impossível com os quase 'idiots savants'

Infelizmente eu apaguei, entre outras postagens, o texto do artigo do Prof. Beluzzo sobre a formação de 'idiots savants' pela sociedade.

Também escrevo, com tristeza, que a sociedade brasileira sobrevive dos talentos desses 'quase idiots savants' .

Para quem não sabe, o 'idiot savant' era caracterizado assim, no começo do século XX, por ser um autista que, na maioria das vezes, tinha grande capacidade mnemônica, de memorização, além do comum. 

Quem assistiu ao filme 'Rain Man' sabe do que falo.

Hoje eu aderi um 'quase' à expressão para me referir àqueles que desenvolvem seu intelecto e raciocínio e se deixam desumanizar, se permitem desenvolver uma insensibilidade a tudo e todos que demonstram que não possuem essa deformidade.

Existe uma confusão muito grande entre insensibilidade, pudor das próprias emoções (geralmente as consideradas 'não boas') e a auto-proteção.

A obrigação da objetividade, de colocar em perspectiva objetiva as outras pessoas, põe os 'quase idiots savants' em risco, se sentem realmente ameaçados onde a ameaça é inexistente.

É triste ver pessoas de alto grau de desenvolvimento intelectual serem incapazes de lidar com a emoção, sentimento, afeto: "isso, é reservado e impróprio."  Vira tabu o que é humano.  Fica superdimensionada uma característica, em detrimento da livre expressão.

Já vou avisando para quem não sabe, para isso servem os psicólogos.

Psicólogo, não é 'bengala' ou 'apoio' para os 'pobres loucos'.  Psicólogo ajuda aqueles que têm o mínimo, uma microinsatisfação com si mesmos.  Psicólogo é o profissional que auxilia aqueles que reconhecem a verdade que existe nas emoções, sentimentos e afetos.

O que eu considero mais bonito nessa profissão é que nos guia no processo de conquista de nossa inteireza, de integrar, inclusive, aquilo que a gente considera 'não bom' em nós.

Os 'quase idiots savants' não se permitem tais coisas, é uma pena.

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